JEJUM INTERMITENTE É EFETIVO PARA O EMAGRECIMENTO?
- Santiago Paes
- 23 de mai. de 2016
- 2 min de leitura

Aumentar o tempo de jejum intermitente ( período sem se alimentar, podendo variar de 8-16 horas), entre as refeições ou após consumir refeições que supram a necessidade dietética diária é uma prática que tem sugerido melhorar diversos parâmetros bioquímicos e fisiológicos, tais quais os níveis de colesterol (redução de LDL, aumento de HDL),diminuição de triglicérides, melhora da sinalização hormonal e resposta metabólica (cortisol, insulina, tiroxina, etc) além de proporcionar redução da massa adiposa e peso corporal e em determinadas situações, ganho de massa muscular. Entretanto, é importante e necessário que haja, antes da utilização dessa estratégia, a realização da adequação e estratificação nutricional das necessidades diárias por um especialista. Além disso, o profissional avaliará as particularidades fisiológicas e comportamentais do indivíduo a fim de elaborar o planejamento e acompanhamento dietético adequado. Diante, dessa perspectiva estudos que avaliaram essa “nova” velha milenar prática, tenderam a considerar a “nova velha prática” como clinicamente benéfica, principalmente no ponto de vista de prevenção de doenças cardiometabólicas, neurodegeneração e alguns cânceres. Entretanto, a maioria dos estudos foram resultados de ensaios realizados com modelo animal e os estudos que o fizeram em humanos ainda carecem de rigor metodológico e científico, e também o esclarecimento dos aspectos que possam contra-indicar essa estratégia (indivíduos que nunca realizaram dietas restritivas como a lowcarb e cetogênicas ou que apresentem disfunções hormonais como hipercortisolismo ou diabetes melitus) para que de fato a comunidade científica consolide essa prática.
Corroborando, ao supracitado, uma recente meta análise publicada no American Journal of Clinical Nutrition, após filtrar e avaliar somente ensaios clínicos e randomizados, concluiram que apenas 3 ensaios foram identificados, embora os resultados foram promissores no que tange a melhora de parâmetros metabólicos, a ausência de estudos randomizados controlados, sugere cautela dos resultados e necessidade de desenvolvimento de estudos com maior rigor metodológico.
A prática regular de exercício físico é sempre bem-vinda e sob essas condições também pode ser realizada ( principalmente a musculação), entretanto é importante que o profissional de educação física esteja em sintonia com o nutricionista que acompanha o individuo engajado nessa prática, para garantir a eficácia e segurança da intervenção.
Referência:
Horne BD et al. Health effects of intermittent fasting: hormesis or harm? A systematic review. Am J Clin Nutr doi: 10.3945/ajcn.115.109553.
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