Emagrecer fazendo dieta sem exercícios? Cuidado!
Já se sabe que o ganho de peso/obesidade não é predominantemente ativado pelo componente energético tanto da dieta quanto do exercício físico. Isso quer dizer que não é gastando-se mais calorias ou ingerindo-se menos, o principal determinante do emagrecimento ou ganho de peso. A melhoria das vias metabólicas como um todo (inflamatórias, hormonais, imunes) são o principal modulador do quanto seu corpo irá desbloquear a queima de gordura e de glicose e consequentemente provocar o emagrecimento ou ganho de massa muscular.
Todavia, o nutricionista pode em determinados casos utilizar da restrição energética como estratégia para se provocar o emagrecimento, desde que o qualidade dos nutrientes contida no planejamento alimentar seja bem adequada. Entretanto, embora essa condição consiga levar a uma modesta redução do peso corporal (aprox. 7% de peso), especialmente em mulheres acima do peso, a utilização dessa estratégia pode levar a redução da massa muscular magra ( maior tecido metabólico de queima de gordura e glicose) e também da capacidade cardiorrespiratória (o quanto seu corpo consegue absorver de oxigênio do ar respirado, quanto maior esse índice maior é sua saúde e sua capacidade de queimar gordura). E o principal, quanto menor for esses 2 componentes, maior será a chance de ganhar novamente todo o peso perdido.
A partir dessa condição, sugere-se que a adoção de dietas com restrição calórica (geralmente 20% a menos do valor energético dos alimentos que ingere por dia), devem ser acompanhadas da prática de exercícios físicos QUE SEJAM CAPAZES DE AUMENTAR A MASSA MUSCULAR E A CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA. Ou seja, não basta ter o nutricionista em sua vida, você deverá investir também no personal trainer. Eles irão “ler” o seu corpo e prescrever o melhor plano alimentar e treinamento físico para sua condição biopsicossocial.
Weiss EP et al. Effects of Weight Loss on Lean Mass, Strength, Bone, and Aerobic Capacity. Med Sci Sports Exerc. 2016