A ESTRATÉGIA DE SUPERCOMPENSAÇÃO DE GLICOGÊNIO MUSCULAR
- Santiago Paes
- 19 de out. de 2016
- 2 min de leitura

No âmbito esportivo, muitos atletas utilizam a estratégia dietética de supercompensação de glicogênio muscular como medida bioergogênica para aumento da performance esportiva. A metodologia é simples, reduz a intensidade do treinamento, principalmente antes da prova alvo, juntamente com a redução do consumo de carboidratos. Incrementalmente, aumenta-se a intensidade do treino e a ingestão proporcional de carbos. Dessa maneira, adaptações metabólicas são geradas devido ao treinamento feito em condições de baixa concentração de glicogênio muscular, estado parecido com o encontrado em dietas lowcarb e cetogênicas. Todavia, alguns dias antes da prova, aumenta-se deliberadamente o consumo de carboidratos o que desencadeia um estado de estoque máximo de glicogênio muscular e melhora da eficiência para sua utilização ou poupagem, estratégia também conhecida como supercompensação de glicogênio muscular. Porque isso acontece? A baixa quantidade de glicogênio muscular melhora a fosforilação tanto das proteínas AMPK quanto da p38MAPK, que subsequentemente resulta na ativação e translocação da PGC1 alfa para a mitocôndria (aumento de sua quantidade) e para o núcleo (aumento dos estímulos gênicos para sua síntese). Similarmente, a atividade da p53 também aumenta, o que otimiza a expressão de DNA mitocondrial e sensibilidade da cadeia transportadora de elétrons. Adicionalmente, treinar sob essa condição aumenta a lipólise do tecido adiposo e intramuscular via aumenta das concentrações circulantes de adrenalina. O aumento da queima de gordura nessas circunstâncias, eleva a quantidade sérica de ácidos graxos livres, ativando o fator de transcrição nuclear PPARδ, o que aumenta a expressão de proteínas lipolíticas (CPT1, PDK4, CD36 e lipase hormônio sensível). Quanto devo consumir de carboidratos? Como me adaptar? Que cargas de treino devo realizar? A resposta virá de seu personal e também do seu nutricionista. Nunca deixe de consultá-los.
Referência:
Perry, CGR et al. Repeated transient mRNA bursts precede increases in transcriptional and mitochondrial proteins during training in human skeletal muscle. The Journal of Physiology, 588, 4795–4810, 2010.
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