COMO CONSUMIR AÇÚCARES SEM PREJUDICAR A SAÚDE?
- Santiago Paes
- 12 de ago. de 2016
- 2 min de leitura

A relação entre o consumo de açúcar e desenvolvimento de efeitos deletérios relacionadas com a saúde deve ser interpretada com cautela. Alguns investigadores têm argumentado que o consumo excessivo de açúcar está associado ao aumento do risco de obesidade, doença cardiometabólicas, esteatose hepática não alcoólica, entre outras. É importante frisar que os desfechos mostram-se indiretamente associados ao seu consumo (a maior justificativa é sobre a disfunção hormonal tanto central quanto periférica e principalmente aumento da massa adiposa, essa última apontada como causa direta). Contudo sabe-se que um dos principais sintomas relacionados ao seu consumo é a capacidade viciante dos açúcares. Por atuar nas respostas centrais, cujas vias sinalizatórias perpassam vias serotoninérgias e dopaminérgicas que coordenam a geração de prazer, a estimulação continua desses caminhos cerebrais ligados a sensação de recompensa podem elevar consideravelmente seu consumo. Em contrapartida, a redução do paladar, modulação de hormônios gastrointestinais ligados ao apetite, fome e saciedade e necessidade de ativação desses centros de prazer, fazem com que a abdicação de seu consumo seja difícil, o que justificativa o uso de adoçantes como catalizadores do desmame do uso de açúcar e/ou redução de seu consumo. Estas preocupações têm influenciado agências como a Organização Mundial de Saúde, via Nutrition Scientific Comité, a indicar que o consumo de açúcar não exceda 5% da energia total consumida. Caso seja mantida essa recomendação, o consumo dessa quantidade de açúcar não parece ser prejudicial a saúde tampouco apresenta correlação com o desenvolvimento de doenças cardiometabólicas, é o que indica a recente meta-análise do European Journal of Nutrition. Ou seja, em uma alimentação saudável e corretamente estratificada por seu nutricionista, a presença do açúcar pode ser perfeitamente contextualizada. Não existe comida ruim, existe falta de informação, e para supri-lá procure um especialista, neste caso o nutricionista.
Rippe JM; Angelopoulos TJ. Sugars, obesity, and cardiovascular disease: results from recent randomized control trials. Eur J Nutr, 2016
Comentários